Depois de alguns anos, descobri
que não escolhi ser advogada, o direito é quem me escolheu para ser uma de suas
representantes.
Até então, como toda força
utópica da juventude, queria apenas mudar o mundo...
Sem saber o como, fui estudar
ciências jurídicas e sociais apenas para agradar meu avô e meu pai, que queriam
o primeiro advogado da família. Logo a mim coube a difícil tarefa; que ironia
agradecer a insistência dizendo: Logo a mim coube essa Linda tarefa.
Digo isso, porque estudar direito
era para mim me enterrar em um calabouço, tinha medo de que a ciência
destruísse minha imaginação, ao invés de exercitar e disciplinar suas
funções... E por muito tempo acreditei que estava sendo absorvida por um sistema
e me vendendo a massa.
Pobre de mim... a cada história,
a cada biografia, eu me via no interior da sociedade, e como um misto de tarefa
e promessa, vi meu sonho se concretizar, ninguém transforma o social se não
estiver voltado para os problemas da biografia, da história e das suas conexões
recíprocas na sociedade.
Ser advogada fez meu sonho se
realizar...